Sergio Moro diz que não entrou no governo ‘para servir a um mestre’ e fala sobre eleições de 2022

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Foto: Cristiano Mariz

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou não ter entrado no governo Bolsonaro para ocupar um posto de serviçal. “Eu não entrei no governo para servir a um mestre. Eu entrei para servir ao país, à lei”, disse o ex-juiz da Lava Jato em entrevista à revista norte-americana Time.

De acordo com a Time, que mencionou na reportagem a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde e a recente passagem de menos de um mês de Nelson Teich pelo cargo, Moro também disse que se sentiu desconfortável em ser parte de um governo cuja liderança não levou a sério a pandemia do novo coronavírus. “Mas o meu foco está no estado de direito”, afirmou.

O ex-ministro afirmou que considera “difícil fazer para ele uma avaliação” se compartilha com Bolsonaro a definição do que é corrupção. Moro disse esperar que os brasileiros façam isso.

“O Brasil é uma democracia firme. Suas instituições às vezes sofrem alguns ataques, mas estão funcionando. E há uma percepção crescente na opinião pública de que nós precisamos fortalecer os pilares da nossa democracia, incluindo o estado de direito. Esses desejos continuam, apesar das circunstâncias do momento”, disse o ex-juiz.

Sobre as eleições de 2022, Moro foi evasivo. “Essa não é a preocupação do momento”, disse o ex-ministro. “Eu acabei de sair do governo. Eu preciso restabelecer minha vida privada. E estamos no meio de uma pandemia”, acrescentou.

O ex-juiz afirmou ainda que, “após seis anos de turbulência, pode ser aconselhável algum tempo para reflexão”.

Moro afirmou que tem ofertas de emprego de universidades para se tornar novamente professor de direito, e ainda lembrou que não poderá voltar a ser juiz. “Não tenho como voltar e assumir meu papel de juiz novamente. Perdi isso para sempre”, disse. “Eu tenho que me reinventar de alguma forma”, afirmou.

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