Uma noite de muita verdade dita. Definitivamente, essa deve ter sido a leitura dos muitos espectadores que compareceram ao Teatro Alberto Martins, nesta terça-feira (10). Sob o tema “Empoderamento feminino através da Dança”, palestrantes e público trataram de suas experiências com o segmento e a emoção correu solta mesclada a performances e conhecimentos específicos da área.
Quando a professora de Dança Maíra Moraes abriu a noite de explanações localizando a mulher e a dança na história, ninguém imaginava que a bailarina e coreógrafa, Sinha Guimarães fosse resgatar tão intimamente suas vivências para tratar dos benefícios da Dança: “A dança pra mim é uma meditação em movimento e ajudou na minha autoafirmação como pessoa, como mulher, além de me tirar de vários problemas corporais”, frisou Sinha.
Em uma das declarações mais reflexivas da noite, a graduada em Letras e professora de dança do ventre, Paty Silva, parafraseou um dos principais poetas brasileiros, José Carlos Limeira, para antecipar o recorte da Dança que iria abordar em sua explanação: “Me basta mesmo essa coragem suicida de erguer a cabeça e ser um negro vinte e quatro horas por dia”, exclamou Paty, aprofundando o pensamento sobre a objetificação do corpo da mulher negra.
“A dança me curou de uma depressão e desde então encaro como uma missão o auxílio a outras pessoas através principalmente da dança do ventre”, explicou a idealizadora do evento, Ângela Cheirosa, que destacou a atividade como celebrativa ao mês da Dança em Camaçari.
A Aluna de Cheirosa, Mikaely também deu um depoimento da relevância da arte em sua vida: “Me ajudou a aceitar meu estereótipo, como mulher”.
O conselheiro de Dança de Camaçari, Jandson, marcou presença na atividade. “Esta palestra reafirma o poder da mulher na sociedade, contrariando pensamentos que a presença feminina na dança é para divertir homem. A mulher pode estar onde ela quiser”, declarou. A ação envolveu também o setor de Segurança Pública, valendo frisar a presença no evento do comandante Albert que conduz a Base Comunitária do Phoc2, em Camaçari.
Já o presidente da Associação do Burissatuba, Dito da Ludeso, destacou o nascimento da Flor de Lótus [organização liderada por Ângela Cheirosa] com base na coletivização do trabalho: “Você e seu projeto são sucesso, pois tem muita verdade que é transmitida por todos os colaboradores. Eu presencio isso desde o início lá na Gleba H, ou melhor, Burissatuba”, sorriu Dito!