A prefeitura de Salvador e o governo da Bahia seguem em conflito quanto a realização do Carnaval em 2022. Nesta quinta-feira, 11, durante apresentação do Planejamento Estratégico do triênio 2021-2024, o secretário de saúde da capital baiana, Léo Prates, afirmou que na sua opinião como gestor o melhor era que a festa não fosse realizada, mas cobrou uma discussão mais ampla entre os diversos setores para que uma decisão possa ser tomada.
“A minha decisão como secretário da saúde é que é melhor não ter nada, mas eu não posso salvar as pessoas do coronavírus e matar de fome. Chamo o governador para essa reflexão, se uma não realização do Carnaval realmente protege a cidade de Salvador. Vamos ter pessoas que irão procurar o Carnaval de Rio de Janeiro e São Paulo e o nosso grande diferencial é a visibilidade. Apelo que a gente possa conversar com todo mundo que possa debater prós e contras”, falou Léo Prates.
O secretário ainda criticou o último decreto anunciado pelo governador Rui Costa, que permite que estádios de futebol recebam público até 70% de suas capacidades, enquanto os eventos são limitados a 3 mil pessoas. A efeito de comparação, 70% da capacidade representa pouco mais de 30 mil pessoas na Arena Fonte Nova e mais de 20 mil no Barradão.
“Eu não consigo entender uma coisa da equipe técnica que elaborou o decreto estadual. Como pode três mil pessoas em eventos e foi liberada 70% da capacidade dos estádios com liberação de bebida alcoólica? Se um produtor de eventos alugar a Fonte Nova durante o Carnaval, ele pode utilizar a capacidade de 70%? Qual a diferença epidemiológica de um estádio liberado com venda de bebida alcoólica para uma atividade de show ou evento?”, questionou o gestor municipal.
Na última quarta-feira, Rui Costa afirmou que não “irá aceitar ultimatos de ninguém”. Tanto o governador, quanto o prefeito da capital baiana, Bruno Reis, foram cobrados Câmara Municipal de Salvador (CMS), que deu um prazo até a próxima segunda-feira, 15, para que entrem em acordo quanto a realização da festa.
Bruno Reis afirmou que a decisão sobre o Carnaval será tomada, primeiramente, “sem agonia”, e em conjunto com o governo da Bahia. Um dos motivos, segundo Bruno Reis, é porque a Prefeitura sozinha não consegue realizar o Carnaval, é preciso não apenas do aval, mas de todo o suporte logístico e de segurança do estado.