Fim da “dinastia” caetanista em Camaçari?

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O título do texto, embora seja fidedigno a realidade, apresenta uma contradição absurda, afinal, como é possível que haja uma dinastia em um partido de esquerda? Quem acompanha a política em nossa cidade sabe que o farmacêutico Luiz Carlos Caetano (PT), derrotou nas urnas, por duas vezes, candidatos direitistas. Foi além, emplacou um sucessor como algo inédito em nosso município, consolidando em si a maior força política da cidade.

Caetano, ao que tudo indica, nunca teve sua imagem imbricada a estrela petista, basta observar a trajetória de partidos que ele se filiou ao longo dos seus anos de militância. Quem assume esta postura e consegue, por conta de uma habilidade política inquestionável, seguidores que com orgulho se auto intitulavam “caetanistas”, tende a flertar com a soberba em alguns momentos e paga preços altíssimos.

O resultado do pleito de ontem abalará as estruturas desta liderança ou o fará, juntamente com seus seguidores fiéis, debandar para outra agremiação partidária? Diante da derrocada petista nas urnas, aumentará a cisão interna de seu diretório municipal? Quantos militantes petistas seguirão filiados, visto que muitos são meros seguidores políticos de Caetano? Estas perguntas ecoam ao vento sem uma resposta aparente.

O momento atual oferece ao Partido dos Trabalhadores a real chance de reaproximação com sua gênese, a massa. É preciso avaliar e reconhecer erros que o distanciaram e, sobretudo, que “arcos de aliança” construídos em pleitos ajudam a ganhar candidaturas, mas minam o poder da militância e submete o governo ao título de pagador de promessas do pragmatismo. Quando estas não são ou não podem ser cumpridas, a consequência é a perda de força frente aos adversários e, como é sabido, esta postura mesquinha cobra um preço alto.

A nível nacional isto aconteceu e em Camaçari, guardada as proporções, isto se repetiu. Ademar fez um governo claramente impopular, com uma rejeição que se assemelha, talvez ao governo de Helder Almeida. Justamente por não cumprir acordos adquiridos no pleito eleitoral. O PT nacional parece ter refletido e reagido diante deste fato. Será que em Camaçari ele chegará a esta conclusão e agirá também? Ou melhor será que ele desejará isto?

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