A Fundação Palmares anunciou a exclusão de novos nomes da lista de personalidades da instituição, após retirar Gilberto Gil, Vovô do Ilê, Elza Soares e Zezé Motta, por exemplo.
No Twitter, o presidente do órgão, Sérgio Camargo, afirmou que a ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), Luiza Bairros, e a médica, professora e líder do Partido Comunista do Brasil, Maria Aragão, estão fora dos homenageados.
Ambas foram excluídas da lista de Personalidades Negras por não estarem em conformidade com o critério de importância da contribuição histórica. Mera militância partidária não basta. É preciso merito e relevância. Seguiremos com os trabalhos. A próxima INCLUSÃO será surpreente! pic.twitter.com/SGP3Gayac0
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) December 16, 2020
Gaúcha radicada em Salvador, Luiza Bairros faleceu em 2016 vítima de um câncer. Graduada em Administração Pública e de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), tornou-se mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutora em Sociologia pela Universidade de Michigan (EUA).
Iniciou a militância contra discriminação racial no Movimento Negro Unificado (MNU) em 1979 e logo se aliou ao Grupo de Mulheres do MNU. Participou ativamente das principais iniciativas do movimento em todo Brasil, sendo eleita, em 1991, a primeira coordenadora nacional do MNU, onde permaneceu até 1994. Desenvolveu trabalhos em programas das Nações Unidas (ONU) contra o racismo em 2001 e em 2005.
Luiz Bairros teve seus artigos sobre racismo, sexismo, o negro no mercado de trabalho e enfrentamento ao racismo institucional publicados em livros de coletânea e periódicos das Nações Unidas no Brasil e em revistas como Afro-Ásia, Análise & Dados, Caderno CRH, Estudos Feministas, Humanidades, e Força de Trabalho e Emprego.
Ela tornou-se um símbolo de ativismo com o legado diante da luta por igualdade racial e de gênero.
