Dívidas aumentam e Salvador atinge maior percentual desde outubro de 2016, diz pesquisa

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Foto: reprodução

 

De acordo com os registros da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), a taxa de endividados em Salvador disparou para 57,1% em maio deste ano, sendo assim, o maior percentual desde outubro de 2016. Os dados levantados pela Fecomércio-Ba, apontam que 530 mil famílias em Salvador possuem algum tipo de dívida. Cerca 94 mil a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

 O órgão afirma que o percentual de famílias que não conseguiram pagar as dívidas até data do vencimento também passou de 16,9% em abril, para os atuais 21,6%, o maior patamar desde janeiro de 2018. Em apenas um mês, o número absoluto de famílias inadimplentes teve um aumento expressivo de 40 mil, somando agora cerca de 200 mil.

Entre os endividados, o principal tipo de dívida continua sendo liderado pelo cartão de crédito com 90,3%. O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, explica: “Um dado que chama mais atenção é o aumento do percentual do crédito consignado, de 3,5% em abril para 6,6% em maio. Apesar do aumento mensal, o lado positivo é que o crédito está atrelado a algum tipo de segurança como salário e pensão, por exemplo, e que o risco de inadimplência é baixo e da mesma forma a taxa de juros cobrada”. 

O economista afirma também que o percentual de endividados das famílias com renda até 10 salários mínimos é de 58,8%, enquanto os que ganham mais, a taxa é de 39%. Em relação à inadimplência o grupo com renda mais baixa registrou 23,2%, cinco pontos percentuais acima do mês anterior. Já na faixa com renda mais elevada, o percentual ficou em 8,1%, pouco acima dos 6,3% vistos em abril.

“É natural pensar que as famílias com renda mais baixa são as que mais sofrem neste momento, pois, em sua maioria, não têm recursos guardados para complementar a renda neste momento de pandemia”, afirma Guilherme, acrescentando que “as condições que os bancos darão para esse perfil de consumidor são altamente desfavoráveis, com restrição nos valores e taxas de juros elevadas. Vale lembrar que o cartão de crédito tem uma taxa média no rotativo próxima a 300% ao ano”.

De acordo com a análise do economista, as famílias com renda mais elevada contam com investimentos, podendo manter a qualidade do consumo neste período de pandemia. “Evidentemente, todos se assustam pela falta de previsibilidade, mas tendo mais recursos e, por consequência, mais garantias, conseguem melhores condições de crédito caso seja necessário”, afirma.

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