Debate: Sororidade e pacto tripartite são destacados no 1º Satélite Político

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1º Satélite Político

A primeira edição do Satélite Político contou na mesa com a vereadora eleita em Salvador, Marta Rodrigues (PT), e com as candidatas não-eleitas, Lindinalva de Paula (PT) e Cristina Gonçalves (PSB), nesta segunda-feira(10). A aliança entre as mulheres, a partir da sororidade, deu o tom da atividade que teve como sub-tema: “Das propostas às práticas em Gênero, Raça e Sexualidade”, com o pano de fundo das eleições de 2016.

Marta Rodrigues foi enfática sobre a parceria entre a militância social, a academia e o poder público. “Azeitar esse tripé é fundamental pra qualquer casa legislativa e executivo que pensa a cidade”. Vereadora eleita também denunciou o preconceito que as mulheres sofrem, inclusive dentro da Câmara dos Vereadores, que ela considera fundamentalista e misógina. “O preconceito a gente sente todos os dias, inclusive dentro da Câmara até no momento em que a gente sobe pra falar no púlpito […] “Uma fortalece a outra. Se mexer com uma vai mexer com todas nós”, exclamou!

O evento realizado pelo Gir@/Ufba em parceria com o Cidade Satélite teve como um dos pontos altos, a reflexão de Cristina, que como militante das causas da pessoa com deficiência, reafirmou a discriminação sofrida, em todos os níveis, inclusive pelo partido político que só teria “legitimado” a sua candidatura, nas últimas semanas. “Não somos invisíveis e temos que lutar muito para provar isto. Mas continuarei na luta e sempre estarei à disposição para estes espaços de debate […] nos fortalecemos e empoderamos”, pontuou Gonçalves.

“Discutir o voto da mulher negra é educativo e revolucionário”. Este foi o tom da explanação da candidata, Lindinalva de Paula, que também sinalizou sobre o comportamento da legenda petista: “O partido ele busca cumprir a sua cota com o quantitativo de mulheres, mas não vai além disso. Não investe nas candidaturas femininas e menos ainda em candidaturas negras”, explicou Lindinalva que integra a Rede de Mulheres Negras da Bahia.

A pesquisa apresentada pela integrante do Gir@, Shirlei Sanjeva, também trouxe dados referentes principalmente às minorias políticas nas eleições, de modo quantitativo e qualitativo. Registrou-se um aumento das candidaturas do público LGBT, no entanto, houve diminuição no número de candidatos eleitos. Outro dado destacado na Bahia foi a redução do número de prefeitas. Com relação aos candidatos indígenas, verificou-se baixa participação feminina.

O estudo foi feito com base nacional e estadual e deve abarcar outros municípios baianos, a exemplo de Camaçari, onde no dia 24 de outubro o tema será Esporte e Trabalho.

Perguntada sobre candidatas não eleitas e as mulheres que cada vez mais se alinham com a militância social e partidária, Marta, relembrou: “Eu não fui reconduzida à Câmara em 2012. Mas a gente não tem só a tribuna. Carro de som, ir pra rua. É fundamental manter com altivez e sabedoria a luta”, complementado que, o Projeto de Lei que propôs na câmara sobre a garantia do uso do nome social pela comunidade LGBT nas repartições públicas de Salvador, foi fruto de um diálogo informal que teve com o segmento. “Meu mandato está aberto para lutarmos pela transformação das propostas em políticas públicas”, finalizou Rodrigues.

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