Com alta da gasolina, aplicativo de corrida amplia aumento nos repasses de motoristas

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O aplicativo de transporte coletivo 99 ampliou o reajuste dos ganhos dos motoristas parceiros em viagens no aplicativo para todo o Brasil. O repasse de cada corrida deve aumentar entre 10% a 25%. A mudança já estava vigente em 20 regiões do País desde o começo de setembro e agora está presente, desde a última sexta-feira, 24, em todos os 1,6 mil municípios onde a plataforma opera.

Motoristas de todas as categorias do aplicativo – 99POP, 99Comfort, 99Compartilha, 99Poupa e 99Entrega – serão beneficiados pelo aumento. Para definir o percentual destinado aos colaboradores, a 99 vai levar em consideração fatores como localização, distância e categoria.

A mudança deve encarecer as tarifas pagas pelos usuários do app. Corridas mais curtas poderão ser reajustadas nos próximos meses, segundo a 99. O aumento no preço das corridas, contudo, deve ser mínimo e não vai afetar o valor das viagens longas. “Optamos por uma solução com o menor impacto possível, para que os passageiros continuem tendo acesso. A 99 vai absorver a maior parte do reajuste nos ganhos dos motoristas”, afirma a diretora de operações e produtos da 99, Livia Pozzi.

Com o aumento, a 99 pretende segurar os parceiros no app. Há meses, a categoria enfrenta quedas de arrecadação nas corridas com a alta no preço dos combustíveis, levando os motoristas a cancelarem ou recusarem corridas com maior frequência. “Nós temos acompanhado o cenário desafiador causado pelos sucessivos aumentos no valor do combustível”, afirma Pozzi. Desde janeiro, o preço da gasolina aumentou 50%. Na semana passada, o valor médio da gasolina ficou em R$ 6,09, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O Uber, principal concorrente da 99, havia anunciado no começo de setembro que iria aumentar o repasse para os motoristas da região metropolitana de São Paulo, que poderiam chegar até 35% na categoria UberX. Contudo, ao contrário da 99, a empresa disse que não iria subir o preço das corridas pagas pelos passageiros.

Os motoristas que haviam sido beneficiados primeiro pelas iniciativas de Uber e 99 acreditam que os reajustes foram insuficientes para conter a alta dos combustíveis, segundo reportagem do Estadão publicada em 14 de setembro. “Eles anunciam esses reajustes de ‘até’ tanto porcento, ou seja, pode ser que não chegue ao valor máximo. E não vale para todas as corridas, esse reajuste vai depender do horário, do local, do tipo de corrida, do passageiro, enfim, de inúmeros fatores para que o motorista receba esse reajuste”, afirmou o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo (Amasp), Eduardo Lima de Souza.

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