A segunda temporada do projeto “Das Telas às Imagens – Identidade Cultural Por Cada Um de Nós” chega à segunda etapa. A exposição itinerante, integra o trabalho de cinco artistas, acontece simultaneamente em cinco espaços de Camaçari e ganha uma nova programação.
No foyer do Teatro Cidade do Saber, está em cartaz a mostra “Barro rústico e barro ancestral”, do artista João Borges. Por influência da família, ele sempre teve contato com o barro, mas foi há um ano que resolveu se dedicar às esculturas. “Já me envolvia em outras vertentes culturais, como textos e poesias, mas a partir de um curso que fiz, a arte plástica se tornou um propósito”.
No conjunto de obras, João, que é filósofo de formação, retrata diferentes escolas filosóficas importantes da África, como a egípcia, bantu e iorubá. “O projeto ‘Das Telas as Imagens’ foi uma ideia assertiva, por valorizar os artistas e também promover o acesso da comunidade à arte”.
Ainda no foyer do Teatro Cidade do Saber, os visitantes podem conferir a exposição “Consciência”, de autoria de Antônio Borges. Multiartista, ele já se dedicava à música e à poesia, mas com a percepção por outras pessoas do seu talento para as artes plásticas, resolveu também atuar na vertente. Nas obras em cartaz, Antônio dialoga com a cultura africana, abordando temáticas como o empoderamento da mulher negra e trazendo reflexões sobre pertencimento e ancestralidade. “Me sinto lisonjeado de participar deste projeto, que é de grande importância por divulgar os trabalhos dos fazedores de arte de Camaçari. Precisamos ser vistos e fazer com que as pessoas saibam que a nossa cidade tem muitos artistas”, destaca.
A iniciativa integra ainda a exposição “Ilustrando sentimentos”, de Bruno Nunes, em cartaz no foyer do Teatro Alberto Martins; “Os caminhos de Osun: de Osogbo ao rio Pojuca”, do fotógrafo Arthur Seabra, no teatro da Pracinhas da Cultura; e “Minha cor, minha essência, minha vida”, de Nilson Carvalho, no Horto Florestal Linaldo da Silva.
“Das Telas às Imagens – Identidade Cultural Por Cada Um de Nós” é realizado pelo Núcleo de Produção do Teatro Cidade do Saber, através do subprograma Camaçari Tem Cena. As obras permanecem em cartaz por 10 dias em cada um dos locais, mudando o endereço para passar pelos demais espaços culturais. A visitação pode ser feita obedecendo os dias e horários de funcionamento de cada local.
Confira mais sobre os artistas e as obras:
Foyer do Teatro Cidade do Saber
Artista: João Borges – artista plástico;
Obra: Barro rústico, barro ancestral;
A exposição reúne 20 peças moldadas exclusivamente com a mão, tendo como inspiração as culturas africana e afro-brasileira. A mostra tem como princípio filosófico, o reconhecimento da importância da cultura africana para a identidade brasileira. Barro rústico e barro ancestral, do barro ao barro.
Artista: Antônio Borges – artista plástico, músico, professor, arte-educador, educador social, escritor, poeta e compositor. Nascido em Amado Bahia, em 1967, concluiu o nível 3 em Teologia Religiosa na Universidade Aberta da IMMBA São Paulo; cursou Desenho Artístico e Publicitário no Rio Grande do Sul; estudou Simbologia das Figuras Geométricas na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Após ter viajado longo período pelo país, voltou à Bahia em 1982, vindo para Camaçari, onde reside até os dias atuais;
Obra: Consciência;
Retrata uma viagem nas figuras abstratas e geométricas através de história e conexão a um olhar ancestral. Os traços trazem a importância da cultura africana na formação de uma sociedade, fortalecendo ainda mais suas reflexões através de pertencimento, cores e ancestralidade.
Foyer do Teatro Alberto Martins
Artista: Bruno Nunes – nascido em São Paulo, chegou em Camaçari em 2002 e, em sua arte, une o analógico (desenho em papel) com o digital (colorização em computador). Seu processo de criação vive em constante aprendizado, sendo influenciado por diversos segmentos artísticos, como música, histórias em quadrinho, fotografia, cinema e sentimentos do cotidiano. Suas ilustrações são impressas e comercializadas nas redes sociais e eventos independentes realizados na cidade;
Obra: Ilustrando sentimentos;
Conexões internas, viagem ao universo e suas sensações, em que o coração e a mente permanecem conectados, unindo as percepções vivenciadas, transbordando cor e amor.
Teatro da Pracinhas da Cultura
Artista: Arthur Seabra – fotógrafo, ogan do Terreiro Ilê Axé Ojisé Olodumare (Casa do Mensageiro), correspondente em fotografia da Companhia Viver Brasil Dance, sediada em Los Angeles (Califórnia – Estados Unidos), e cinegrafista, tendo recebido importantes premiações nacionais;
Obra: Os caminhos de Osun: de Osogbo ao rio Pojuca;
A exposição traz fotografias do culto à Osun na Casa do Mensageiro, que se situa às margens do rio Pojuca. É o culto da matriarca da Casa do Mensageiro, cujo rio demonstra enorme semelhança com o existente no continente africano, o Osogbo, na Nigéria, lugar de devoção de origem da Deusa. A Casa do Mensageiro tem como babalorixá o Pai Rychelmy Imbiriba, que é professor, mestre em Estudos Étnicos e Africanos, escritor e pesquisador de temas afro-brasileiros, apresentador e diretor audiovisual.
Horto Florestal Linaldo da Silva
Artista: Nilson Carvalho – artista plástico detentor de cadeiras na Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL) e Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil (ACILBRAS);
Obra: Minha cor, minha essência, minha vida;
As telas buscam contemplar as visualidades e a essência, por meio de uma linguagem plástica de pertencimento, utilizando-se da pintura para expor questões relacionadas à identidade, ancestralidade e miscigenação. A obra propõe diálogos artísticos visuais para dar visibilidade à diversidade de expressões.