92% dos endividados em Salvador estão com dívidas no cartão de crédito

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Foto: Portal Contábeis

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Fecomércio-BA, em dezembro, ocorreu a segunda queda consecutiva do endividamento em Salvador. No mês, a taxa foi de 69,3% ante os 70,3% de novembro. Há um ano, eram 63,4% de famílias endividadas na capital baiana.

Em termos absolutos, são 645,2 mil famílias que possuem algum tipo de dívida, 9,2 mil a menos do que o mês anterior, porém 57 mil a mais em relação ao mesmo período de 2020.

“O que chama a atenção no resultado é a manutenção do percentual de endividados com o cartão de crédito, 91,8%, ao mesmo tempo em que há redução de 10,3% para 8,9% de famílias com dívidas nos carnês”, destaca Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio-BA.

Para o economista, “esse cenário representa que ainda há facilidade e, até mesmo, necessidade de usar o cartão de crédito para manter o consumo da família e se proteger da inflação. A opção por essa modalidade tem sido recorrente, pois o consumidor realiza a compra e só vai pagar a fatura na data do seu vencimento, ou realiza compras parceladas, para ir diluindo o compromisso ao longo do tempo”.

Vale destacar, que por outro lado, o crédito mais caro e mais seletivo tem limitado o consumo das famílias nas compras financiadas pela própria loja. Certamente, deverá haver reflexo negativo no resultado das vendas de, por exemplo, eletrodoméstico e eletrônicos.

Além do endividamento, caiu também o número de famílias inadimplentes, que possuem contas em atraso. Em dezembro, a taxa foi de 29,4%, ligeira queda em relação a novembro, de 30,7%. No entanto, em relação ao mesmo período de 2020, houve avanço de 2,4 pontos percentuais, quando naquele mês a taxa de inadimplentes foi de 27%. Atualmente, são 274 mil famílias com contas em atraso.

“Embora pareça ser um dado positivo, há um ponto importante negativo a ser considerado. As famílias que estão inadimplentes, 23,4 mil a mais do que há um ano, estão pagando mais muito mais caro por estarem em atraso. Isso porque a taxa básica de juros na época estava próxima a 2% ao ano e, agora, está em 9,25%. Desta forma, ficou arriscado para quem não está planejando o orçamento doméstico de forma adequada, pois os juros subiram”, esclarece Dietze.

Por isso, a Fecomércio-BA recomenda a utilização consciente do 13º salário. “É aconselhável pagar as contas em atraso para não gerar um efeito bola de neve e deixar a família com a corda no pescoço, principalmente neste momento de início de ano que as contas devem vir pesadas, como o IPTU, IPVA e matrícula escolar”, orienta o consultor econômico da Federação.

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