Quem Ama Se Cuida: alertas sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama marcam edição especial

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Os cuidados para prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, além dos caminhos para superação para quem foi diagnosticado com a doença, foram os destaques da edição especial do talk show “Quem Ama Se Cuida”. O evento foi realizado na última quinta-feira (03/10), em Camaçari, em consonância com o Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre a doença.

A segunda edição do talk show, produzido pela Agência Ags9 e realizado pelo Portal Cidade Satélite em parceria técnica com o Centro Médico do Pólo, reuniu no Boulevard Shopping apresentação musical, além de uma roda de conversa com a ginecologista Drª. Graziele Reis, a mastologista Drª. Manuela Monte, a psicóloga Gislenny Benevides e a paciente Fabíola Sérgio. O bate-papo foi intermediado pela mestranda em Mulheres, Gênero e Feminismos pela UFBA-Nehim/Gira, Shirlei Silva, e também contou com perguntas da plateia e participação do ginecologista Dr. Ozite e da paciente Alba Brito.

Drª. Graziele Reis destacou que, sobretudo para quem trabalha com saúde da mulher, o Outubro Rosa é a oportunidade de reforçar o alerta sobre o câncer de mama, conscientizar sobre os fatores e hábitos que elevam o risco para a doença, afim de diminuir a incidência e detecção precoce. A ginecologista ressaltou a importância do auto exame, mas pontuou que ele não substitui os exames médicos para o rastreamento, que, acima dos 40 anos, deve ser feito de forma anual.

Sobre as queixas mais frequentes apresentadas pelas mulheres no consultório como suspeita do câncer de mama, Drª. Graziele citou a detecção de nódulos, pele vermelha ou com aspecto de ‘casca de laranja’ e mamilo invertido. “O ideal é procurar o médico com regularidade”, reforçou. Ela ainda acrescentou que fatores que, de acordo com estudos recentes, podem incidir no risco para a doença, como o uso de anticoncepcional e terapia de reposição hormonal, devem ser analisados com cautela, já que, ao mesmo tempo que pode representar aumento da incidência para o câncer de mama, podem ajudar as mulheres em muitos casos. “Tudo tem que ser bem discutido com cada paciente”, completou.

De acordo com a Drª Manuela Monte, o câncer de mama é o segundo mais frequente nas mulheres no Brasil e o que mais mata. Ela pontua que, além do Outubro Rosa, a prevenção e cuidados para detecção precoce têm que ser feitas durante todo o ano. Na oportunidade, a mastologista explicou como fazer o auto exame, alertando que a recomendação é que seja feito uma vez por mês. “Se perceber algo diferente, deve-se procurar o ginecologista ou mastologista para serem feitos exames clínicos”.

Drª Manuela destacou que o exame consegue diagnosticar em 80% dos casos e pode ser complementado com ultrassonografia, biopsias ou outros procedimentos necessários. “Cada caso é um caso. O conselho é que ouça o seu médico para, de forma individualizada, ser feito o que é melhor pra você”, disse.

Em relação aos mitos sobre o câncer de mama, a mastologista ressaltou a queixa de dor na mama. “O câncer que dói representa menos de 2%. E das alterações apresentadas, no geral, 70% são benignas”, afirmou. Drª Graziele Reis acrescentou que outra queixa frequente confundida com sintoma de câncer de mama é o aparecimento de linfadonas nas axilas.

“É preciso reforçar também que existe vida após o câncer de mama. Exercícios, boa noite de sono, alimentação e hábitos saudáveis, além de prevenir, ajuda quem foi diagnosticado no pós tratamento”, finalizou Drª. Manuela.

O “Quem Ama Se Cuida” contou, mais uma vez, com a participação da psicóloga Gislenny Benevides, que falou sobre os efeitos psicológicos que o câncer de mama pode ter nas mulheres, seja aquelas que têm estresse pelo medo do diagnóstico, quanto aquelas que enfrentaram a doença. “A arma no pós, é seguir em frente, saber que existe vida após o câncer”, afirmou, acrescentando a importância da determinação e resiliência. Ela ainda contou que há muitas mulheres que apresentam ansiedade com a possibilidade de ter a doença, como querer fazer exame ‘toda hora’ e preocupação com, por exemplo, flacidez e tamanho diferentes das mamas, o que não são sintomas do câncer.

O ginecologista Dr. Ozite foi conferir o talk show e também aproveitou para falar sobre a importância de serem feitos exames de forma periódica para o diagnóstico precoce da doença. “Mesmo antes da idade da mamografia, pode ser feito a ultrassonografia. Não deixe de fazer os exames”, reforçou.

Depoimentos – Durante o evento, a paciente Fabíola Sérgio contou sobre sua experiência ao enfrentar o câncer de mama. Ela relatou que, aos 16 anos, notou um nódulo na mama direita, mas ao fazer a biópsia, descobriu que era benigno. Aos 35 anos, começou a fazer a mamografia de forma periódica, mas em 2017, acabou não fazendo o check up por estar enfrentando problemas pessoais. Em 2018, mesmo esperando o plano de saúde para poder fazer os exames, “algo me dizia pra fazer logo. A fé e a medicina andam juntas”, defende.

Ao pegar o resultado dos exames, foi apresentada a malignidade e com a biopsia, foi diagnosticado o câncer. “Os vários nódulos na mama direita eram benignos, mas na esquerda foi detectado o câncer. Fiz a cirurgia e retirei as duas mamas, a direita como forma de prevenção”, conta. Fabíola passou pela hormonoterapia, mas a doença se tornou mais agressiva e foi preciso fazer a quimioterapia. “O meu cabelo caiu todo. Foi difícil, coloquei prótese capilar pra me blindar dos olhares de pena”, relata. “Comecei a fazer exercícios e me motivar a cuidar mais de mim. A minha fé nunca morreu”, destaca. No mês de maio deste ano, ela finalizou o tratamento. “A mensagem que eu deixo é que a gente tem que se cuidar e se prevenir”, completa.

Alba Brito foi ao “Quem Ama Se Cuida” prestigiar o evento e aproveitou para também relatar sua experiência. Ela contou que uma das irmã faleceu aos 47 anos por causa do câncer de mama, e outra foi diagnosticada com a doença e, por conta disso, fazia os exames a cada seis meses. “Fiz quatro cirurgias para retiradas de nódulos não cancerígenos, como forma de prevenção”, conta. No entanto, ao realizar uma mamografia, Alba descobriu que estava com câncer. “Agressivo e profundo, já com 5 centímetros de tumoração”.

Desta forma, ela começou o tratamento, realizou acompanhamento psicológico e destaca a garra e determinação para o enfrentamento da doença. Alba primeiro passo por um processo para diminuir o tamanho da tumoração, fez cirurgia, quimioterapia, teve que retirar os seios e colocou próteses. Ela relata que mesmo com a queda do cabelo, não se sentiu fragilizada. “Recebi lenços e perucas de presente, mas não usei. Inclusive, fiz um álbum de fotos careca”, conta Alba, que encerrou o tratamento há cinco anos. “A fé que a gente tem é mais forte que qualquer coisa. Nunca me senti coitada. A família ajuda, mas a força tem que ser da gente”, ressaltou.

Plateia – O talk show contou ainda com a participação da plateia, que fez pergunta às médicas. Daiana Oliveira questionou se pessoas com familiares com outros tipos de câncer, sem ser o de mama, também estão inclusas no grupo de risco e, para quem tem o risco elevado, qual idade ideal para começar a fazer os exames.

Em resposta, foi explicado que há outros diferentes fatores que podem incidir no maior risco para o câncer de mama, tendo que ser analisado cada caso, e que “90% das mulheres diagnosticadas não têm histórico familiar da doença”, destacou Drª Graziele Reis. Para aquelas que estão no grupo de risco, o exame tem que ser feito a cada seis meses, a partir dos 30 anos ou 10 anos antes da idade em que o familiar diagnosticou o câncer, respeitando a idade inicial de 25 anos.

Já Graciane Santana perguntou se mulheres que engravidam cedo e/ou têm muitos filhos, têm menor chance de ter a doença e em quanto tempo o câncer de mama pode espalhar para outros órgãos. As médicas explicaram que, por fatores hormonais, as mulheres grávidas têm menor risco de desenvolver o câncer na mama, mas que o fato de ter muitos filhos não isenta em ter a doença. Sobre a metástase, foi elucidado que depende de muitos fatores, como idade, tamanho da tumoração e tipo do câncer.

Ao final, o “Quem Ama Se Cuida” ainda teve sorteio de consultas com mastologista e brindes para o público. O talk show contou com produção da Agência Ags9 e apoio do Boulevard Shopping Camaçari, da empresa Gteam e do Sicomércio/Camaçari, do qual, marcaram presença a sua presidente, Juranildes Araújo, e a diretora da Câmara da Mulher Empreendedora de Camaçari, Manuelina Ferreira.

 

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