Ouça entrevistas: Defesa Civil apresenta Plano Emergencial de Camaçari

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Instrumento que deve permitir a definição e implementação de ações operacionais voltadas para a proteção da população. Com este objetivo, aconteceu na tarde desta segunda-feira (18/03), na Cidade do Saber, a segunda etapa da apresentação do Plano Emergencial do Município de Camaçari (PEMC).

O prefeito Elinaldo Araújo destacou que acidentes como o rompimento das barragens de Mariana (MG) e Brumadinho (MG) alertaram a equipe para a elaboração de estratégias para casos de emergência. “As vezes as pessoas perguntam ‘E se Camaçari tiver um acidente no Polo Petroquímico, o Município está preparado para esse incidente?’ Observe que nunca o Município se preocupou com isso, o [Comitê de Fomento Industrial de Camaçari] (COFIC) é que tem feito sua parte e nós estamos aqui tentando iniciar. Isso não pode ser só uma ação de Camaçari, nós precisamos envolver também as cidades da Região Metropolitana: Dias d’Ávila, Simões Filho, Mata de São João, Lauro de Freitas e todas as cidades que cercam o Polo”, afirmou.

De acordo com o coordenador municipal da Defesa Civil, Ivanaldo Soares, o plano é global e abrange diversos órgãos. “Já temos mapeamentos de áreas de risco. A gente já conhece o plano emergencial do COFIC. Temos 10 bairros que são mapeados em área de risco, que o COFIC tem um cuidado. E o que a gente fez foi integrar os dois planos e fazer um só. O objetivo é fazer ações integradas, para que a gente possa minimizar qualquer tipo de evento de uma magnitude grande ou pequena. E aí a gente trabalha em conjunto com as ações com diretrizes coordenadas”, explicou.

“A gente vai chamar os órgãos através de aplicativo, de SMS, para que possamos extinguir essa situação indesejada, quer seja ele um desastre, um incêndio, por exemplo, de grande proporção, em um prédio. Temos que saber como vamos agir, retirar essas pessoas de dentro de casa, de que forma vamos tirar. O PEMC é para que, ao invés de cada um fazer suas ações, a gente fazer [ações] coordenadas. O interesse é preservar a integridade física do munícipe”, destacou Ivanaldo.

O coordenador da Defesa Civil de Camaçari ainda explicou que, após a apresentação do plano ao prefeito Elinaldo e a análise do mesmo, o PEMC segue para a Câmara de Vereadores para que seja feito o Projeto de Lei. “E ai com certeza o plano vai estar pronto e a gente vai começar a fazer os treinamentos, andar nas secretarias dizendo de que forma elas vão se comportar. Estamos pensando em fazer um simulado no prédio administrativo, lá para o fim do ano, pra fazer com que as pessoas comecem a entender que a cultura mudou. Hoje temos que tá preparados para qualquer eventualidade. As secretarias não podem mais, no fim de semana, sair e não deixar ninguém responsável, alguém tem que responder pra que a gente possa fazer a ação de forma tranquila e com muita responsabilidade”, acrescentou.

A sub-secretária de Relações Institucionais, Janete Ferreira, que também faz parte da comissão que elaborou o PEMC, esclareceu sobre as pastas que serão acionadas em casos de emergência. “Nesse primeiro momento é criado o comitê de crise, que está dentro dos padrões de segurança: a Defesa Civil é um dos órgão que tem que ser plantão total; a Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), porque é onde a Defesa Civil está lotada; a [Superintendência de Trânsito e Transporte Público] (STT), pra poder orientar o trânsito; a Secretaria de Governo (Segov), que obrigatoriamente tem que tá presente porque demanda a questão das ordens dos órgãos de controle pras liberações, especialmente se demandar questões de ordem financeira; a Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedes) porque é do campo social, então qualquer demanda, dependendo do tipo de solicitação”, destacou. “Essas são as principais, e obviamente que dentro desse corpo tem o 12º Batalha de Polícia Militar; o COFIC, que vem com um aparato deles e já tem um corpo técnico que dá suporte; Corpo de Bombeiros; e a SAMU, que fica de stand-by se tiver um caso realmente grave”.

Janete Ferreira também explicou como acontecerão os plantões das secretarias e órgãos. “A própria Prefeitura tem um corpo técnico que se organiza em rodízios  de horários. […] Então se uma equipe tá em um turno, a outra tá no outro. Fim de semana também assim, como feriados e quando tem eventos, por exemplo, a Festa de Arembepe”, pontuou. “Agora claro, se acontecer uma situação gravíssima, naquele momento a Prefeitura, através da Segov, pode fazer um chamamento que tem todo um trâmite, um protocolo. Mas poderá sim acontecer de emergência você ter que contratar pessoas de imediato”.

A sub-secretária ainda ressaltou que voluntários também podem participar da ação. “Temos abertura pra voluntários. A gente viu o caso em Brumadinho. Em Camaçari pode acontecer alguma coisa do tipo? Não diretamente de uma barragem, mas de outros problemas pode. Então a gente tem que ter esse cuidado e ensinar a comunidade como se precaver, porque a questão é exatamente a prevenção”.

O Capitão Alan Guanaes, responsável pelo grupamento do Corpo de Bombeiros de Camaçari, explicou as atribuições legais do órgão. “São trazidas pela constituição. Dentre elas, as ações de defesa civil, seja na prevenção nas comunidades, através da preparação delas para a possibilidade dos eventos, seja capacitando essa comunidade, como também capacitando seus membros para o segundo momento, que seria o de resposta às ameaças quando elas ocorrem. Então num cenário adverso, quem tem a competência legal para o atendimento da emergência, do resgate da vítima, é o Corpo de Bombeiros. Logicamente que a Defesa Civil vai está apoiando nas questões logísticas, de abrigo para as pessoas. E um último momento, que seria de reconstrução e retomada da situação de normalidade, a Defesa Civil entra com papel principal e o bombeiros entra em apoio para qualquer ação que for necessária”, afirmou.

“A partir do momento da existência do plano, é que essas ações passam a ter os objetivos de cada instituição, o que cada uma vai fazer, em que momento fazer. As ações passam a ser coordenadas, pra que  não tenha cada um puxando pra um lado e isso traga prejuízo na solução das emergências. O plano serve pra que cada um saiba o que fazer, em que momento fazer e de que forma fazer”, finalizou Guanaes.

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