Durante uma visita à região de Ilhéus nesta semana, o ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (DEM) criticou uma declaração feita pelo secretário estadual de Segurança Pública (SSP-BA), Ricardo Mandarino, sobre mortes seguidas de três policiais militares da Bahia. Neto ainda despontuou de Mandarino, e se posicionou contra a legalização de drogas.
Em entrevista à imprensa, o titular da SSP-BA atribuiu a mortes de PMs ao aumento no número de policiais nas ruas. “Quanto mais policial na rua, mais o risco de morte acontece. Eu atribuo a isso. É a única explicação que encontro para a morte de policiais. Infelizmente é a maior vítima dessa guerra”, afirmou Mandarino.
Neto chamou a declaração do secretário de “absurda” e “vergonhosa”. “Que absurdo, que vergonha acompanhar a entrevista do secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia. Com todo respeito que tenho ao governador (Rui Costa), acho que mais vergonhoso do que a entrevista do secretário de Segurança foi não ter visto uma palavra firme do governador do Estado sobre a situação da segurança na Bahia. Aí tem uma coisa. Quem me conhece sabe. Eu não sou de procurar culpados nem desculpas. E assim demonstrei com meu trabalho em Salvador. Nunca, jamais, fiquei lamentando e tentei justificar as coisas. O fato é que em 15 anos não temos um governador que encare de foto o problema da segurança pública e da criminalidade no estado. Que se envolva pessoalmente na solução”, declarou, o ex-prefeito, durante discurso, em um evento do seu partido, em Ilhéus.
Neto comparou ainda a situação da Bahia a de Goiás, onde, segundo a Secretaria de Segurança Pública goiana, houve uma queda de 18% no primeiro semestre de 2021 nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), na comparação com o mesmo período do ano passado. “Os indicadores lá estão despencando, os bandidos estão indo embora. Qual é a solução? Lá o governador cuida da questão da segurança. Não fica delegando para o secretário, não fica dizendo que o problema é social, que também é. Mas não só problema social. Lá o governador dá suporte e apoio a polícia, investe em tecnologia, em concurso público, aumento do efetivo. Aqui não”, afirmou o democrata.
O ex-prefeito ainda se posicionou contra a legalização das drogas. “De repente, a justificativa aqui é que estão morrendo policiais porque aumentou o número de policiais. Meu Deus do céu. É um negócio inacreditável. E veio com a história de defender a legalização das drogas. Eu sou contra. Droga é para ser evitada. O usuário é para ser cuidado e tratado, e traficante para ir para cadeia”, disse Neto.
Mandarino argumentou que, com a legalização das drogas, haveria a “quebra do tráfico” de entorpecentes. “Se você regulamentasse as drogas, tributando, quebra o tráfico. Não vão mais matar as pessoas. Aí você tributava, pegava o dinheiro e construía hospitais para drogados. 80% dos homicídios têm relação com o tráfico. Vou fazer o que é possível. Polícia de estado não é para matar ninguém”, pontuou.
