Marisqueiros e pescadores protestam por retorno dos trens

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Foto Redes Sociais

Marisqueiros e pescadores fazem um protesto no bairro de Paripe, no subúrbio ferroviário de Salvador, na manhã desta sexta-feira (24), e reclamam da suspensão do serviço dos trens na localidade. Com isso, o preço da passagem subiu quase oito vezes – antes, a tarifa custava R$ 0,50 no trem e agora, somente com ônibus à disposição, a passagem custa R$ 4,40.

Os trabalhadores dizem que além da dificuldade em pagar a tarifa nos ônibus, alguns motoristas impedem que eles embarquem nos veículos com a carga de peixe ou mariscos, por causa da reclamação de passageiros com o odor do material.

Jorge Santos, representante da categoria, informou que as vendas caíram drasticamente e alguns pescadores estão precisando catar lata e papelão para vender e complementar a renda, que seria do comércio dos pescados.

“Estamos cansados de pedir uma solução a estes pais de família. Mais uma vez pedimos sensibilidade de entender que esse pessoal pagando de R$ 0,50 para R$ 4,40, o pessoal não aceita. Estão vivendo catando lata, catando papel. E isso me deixa triste”, comentou.

“[Os motoristas] simplesmente fecham as portas. Na realidade, o pessoal que está bem arrumado não quer ninguém com um balde de peixe do lado. Estamos jogados fora da grande sociedade, essa é a verdade. Nós levamos o peixe ao comedor e não conseguimos trabalhar”.

Além da dificuldade para o deslocamento por causa do preço da tarifa dos ônibus, os pescadores e marisqueiros dizem que as vendas caíram nesse período.

“O pessoal que vendia marisco por R$ 25 está vendendo por R$ 15, por R$ 10. Porque não têm como se locomover porque a passagem está cara e eles não são aceitos dentro do transporte”, disse Jorge Santos.

O sistema de trens foi desativado para dar lugar ao VLT. Os trilhos já foram fechados e o espaço já fechado para as obras do novo modal, que estão em andamento. Os trens deixaram de funcionar no dia 15 de fevereiro.

No início de agosto, os trabalhadores fizeram outro protesto reclamando do encerramento das linhas de trem, mas não adiantou.

A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur) informou que sempre está aberta ao diálogo com a população, mas disse que não recebeu nenhuma solicitação de algum trabalhador pessoa ou representante dos comerciantes para tratar sobre a reclamação dos marisqueiros e pescadores.

O órgão informou também que o transporte alternativo é de responsabilidade da prefeitura de Salvador.

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