Jovem denuncia homofobia no Shopping Barra, em Salvador

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Através do seu perfil no Instagram, o estudante de Letras Jeferson Campos denunciou que foi vítima de homofobia no Shopping Barra por ser homossexual. O caso teria acontecido no sábado (11), no banheiro masculino do pavimento L2. “Tinha dois caras conversando sobre a homossexualidade. Um deles trabalhava na higienização do banheiro, funcionário da empresa MAP que presta serviço ao shopping. O outro não conhecia até o momento. Este último gritava aos quatro ventos que estava sobrando mulher porque os homens estavam ‘tudo dando a bunda’. E repetidas vezes chamavam os gays de ‘viados da desgraça’. Ora, sabemos que homofobia é crime. Por esse motivo ele não podia exprimir tal crime de maneira livre e num local público. Há um limite para a liberdade de expressão”, contou o jovem.

Diante da situação, Jeferson resolveu falar com os homens que era gay e perguntou ao que estava mais exaltado “qual era o problema dos homens darem a bunda” e “o que ele tinha a ver com isso”. O rapaz ainda ressaltou que estava se sentindo ofendido com a demonstração de preconceito e lembrou que homofobia é crime.

“O cidadão me encurralou na pia do banheiro, pôs os dedos no meu rosto em formato de uma arma e gritou dizendo que eu era um ‘viado’, ‘pau no c*’ e que ia me quebrar na porrada. Foi terrível! E, como se não bastasse, ele disse que nós, os homossexuais, estávamos cheios de razão e direitos. Procurei a administração do Shopping Barra, conversei com o coordenador da segurança e ele me disse que eu poderia ter evitado isso. Usou como exemplo o fato de sermos negros e de sofrermos racismo. Ele disse que se escutar alguém dizer que não gosta de preto, que escutaria e iria embora, tentando colocar pano quente na situação”, reclamou Jeferson.

Na avaliação do estudante, a postura do coordenador de segurança do shopping naturaliza o racismo e a homofobia. “Então os homossexuais que foram assassinados poderiam ter evitado? Nos vários casos de feminicídio, as mulheres vítimas poderiam ter evitado? A postura desse senhor só reforça a cultura de sempre culparem a vítima”, reforçou.

Ele disse que, posteriormente, ficou sabendo que o homem que o agrediu era segurança do próprio shopping. O caso foi compartilhado, através das redes sociais, pela União Nacional LGBT – Bahia e pelo músico Manno Góes.

O Shopping Barra afirmou, através de nota, que repudia qualquer forma de preconceito ou discriminação. “Diariamente reforçamos esse posicionamento com nossos colaboradores e terceirizados. Essa situação narrada não reflete o pensamento do Shopping Barra e por isso pedimos desculpas”, alegou o centro comercial.

Foto: Divulgação/Shopping Barra

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