O baiano Jean Wyllys, eleito nas eleições de 2018 para o terceiro mandato como deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, anunciou nesta quinta-feira (24/01) que irá desistir do cargo. O parlamentar, que está fora do Brasil, também acrescentou que não pretende voltar ao país.
Em entrevista à Folha, Jean Wyllys contou que a decisão foi motivada pela intensificação das ameças de morte. Desde o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, também do PSOL, o deputado vive sob escolta policial. “O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou pra mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”, disse.
“Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, afirmou à Folha.
Com a decisão de Jean Wyllys, o vereador do Rio de Janeiro David Miranda (PSOL) assume a vaga na Câmara dos Deputados. Em sua biografia na página oficial do Facebook, ele se intitula “o primeiro vereador assumidamente LGBT” da capital fluminense.
