Espetáculo “Me Brega, Baile!” está em cartaz neste fim de semana no TCA

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O espetáculo de dança “Me Brega, Baile!”, produzido pelo Casa 4, estreia em curta temporada em Salvador, com apresentações nesta sexta-feira (28/06), sábado (29) e domingo (30), às 20h, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA). Cinco bailarinos intérpretes-criadores homossexuais utilizam a dança de salão como discurso político para reivindicarem a liberdade de serem e de existirem. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

Com direção e provocação coreográfica de Leandro Oliveira, o espetáculo questiona a heteronormatividade como padrão de comportamento nas danças de salão e propõe outras possibilidades de se pensar e praticar as danças a dois. Para isso, transforma o adjetivo “brega” em verbo e convida o “baile” – e por que não o espectador? – a deixar de ser tão conservador para se entregar à breguice, ao excesso, ao dramático, ao cafona.

Em quase todas as definições, a palavra “brega” ganha conotações pejorativas. O dicionário Michaelis define como aquilo que é “de mau gosto, de qualidade inferior, chinfrim, medíocre, vulgar, kitsch”. No Nordeste, “brega” é um termo utilizado em referência aos puteiros. No Brasil, é um movimento musical em que os sentimentos são exacerbados, sem pudores.

“‘Me Brega, Baile!’ é um apelo para que nos deixem ser aquilo que queremos. Nos deixem ser bregas! Nos deixem usar salto, saia, brilho, paetê, vestido; dançar do jeito que a gente quiser, com quem a gente quiser, em qualquer ambiente, sem julgamentos, sem conservadorismo, sem amarras”, declara Guilherme Fraga, bailarino-intérprete, que está em cena com Alisson George, Jônatas Raine, Marcelo Galvão e Ruan Wills.

As coreografias surgem a partir de temáticas sociopolíticas e vivências cotidianas dos bailarinos, que os levaram a pesquisar e a propor movimentos. Ruan Wills e Jônatas Raine, por exemplo, expressam a dificuldade da relação afetiva entre homens gays negros em uma das cenas. “Somos os únicos corpos negros neste espetáculo e queremos discutir afetividade, empoderamento e reconhecimento da beleza preta”, pontua Wills.

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